CABELUDINHO
1.
Sob o canto
do bate-num-quara nasceu Cabeludinho
bem diferente
de Iracema
desandando
pouquíssima poesia
o que
desculpa a insuficiência do canto
mas explica a
sua vida
que juro ser
o essencial
— Vai
desremelar esse olho, menino!
— Vai cortar
esse cabelão, menino!
Eram os
gritos de Nhanhá.
(Manoel de
Barros em Poemas Concebidos sem Pedado e Face Móvel. Editora Alfaguara.)
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